Num jogo nem sempre bem disputado, o empate acaba por se ajustar. Na primeira metade o jogo teve pouco interesse, com o esférico quase sempre longe das balizas e, consequentemente, pouquíssimas oportunidades de golo. Na segunda parte tudo foi diferente, especialmente a partir da expulsão de Tiago Paulo (o Oleiros já estava reduzido a 10 desde o minuto38) que se auto-expulsou quando a sua equipa tinha ganho, momentos antes, vantagem no marcador. A partir desse momento o jogo ganhou velocidade e emoção, até aí inexistentes.
Os primeiros 45 minutos foram pachorrentos e pouco emotivos. A pontuação dita leis e ambas as tácticas passavam por dar pouco espaço ao opositor e procurar depois, num qualquer desequilíbrio ofensivo, marcar um golo que desse vantagem no marcador.
Só ao minuto 23 houve pela primeira vez algum perigo para a baliza do Oleiros, mas o cabeceamento de Dani, a livre apontado por Cajó, acabou nas mãos do atento guardião Carlos Nabais. À passagem da meia hora um remate frontal de Tiago Paulo fez a bola passar perto do poste esquerdo da baliza visitante, e por aqui se ficou o que de mais importante se passou no primeiro tempo.
Nota ainda para a expulsão de Hugo Caio ao minuto 38, numa decisão exagerada e mal interpretada pelo árbitro André Nunes, face à forma correcta e ordeira como o jogo decorria. Hugo Caio aprestava-se para marcar um livre de forma rápida, quando Filipe Gomes se intrometeu na tentativa de dar tempo aos seus colegas se reorganizarem no terreno de jogo, e de imediato foi atingido pelo jogador Oleirense que assim receberia ordem de expulsão. O jovem canarinho viu e bem a cartolina amarela, e, em nosso entender, também deveria ter sido essa a cor do cartão exibido ao atleta forasteiro.
Na segunda metade a qualidade do jogo melhorou ligeiramente. Os pupilos de Andriaça surgiram ofensivamente mais determinados e ameaçadores, ao mesmo tempo que revelavam, como até aí, muita tranquilidade defensiva que ía mantendo o esférico longe da sua baliza.
Onze minutos após o recomeço, Cajó desperdiçou um excelente cruzamento de Ricardo Morais rematando para as nuvens, mas o golo acabaria por surgir, naturalmente, quando os ponteiros do relógio atingiram a hora de jogo. Nesta altura a pressão caseira era constante e depois de novo livre, a que se seguiu um pontapé de canto, Rui Reis, no sítio certo, dava vantagem ao Alcains.
Esta vantagem no marcador já se justificava pela maior apetência ofensiva que os da casa revelavam, mas quatro minutos depois, a auto-expulsão de Tiago Paulo, que terá simulado uma falta inexistente, deitaria por terra a superioridade da sua equipa no terreno de jogo.
Aos 70`o veterano Ricardo Costa deixava o aviso quando numa jogada ao seu estilo levou a bola a passar juntinho do poste, e o encontro entrava então numa toada de parada e resposta.
Dois minutos depois Gelson terá cometido, com um empurrão pelas costas, falta para grande penalidade sobre Filipe Gomes que nem o árbitro nem o seu auxiliar assinalaram, mas a resposta não tardaria, novamente com o influente Ricardo Costa a mostrar como se faz. Numa excelente iniciativa individual tirou vários adversários do caminho, ganhou a linha de fundo, e daí cruzou para David Facucho cabecear muito mal para as mãos do guardião canarinho. Foi uma grande perdida do Oleiros, mas as maiores emoções ainda estavam para chegar.
O jogo ganhava vivacidade inesperada, com o Oleiros a apostar tudo na obtenção do empate e o Alcains, agora em contra ataque, vocacionado para apanhar o seu opositor em contra pé e sentenciar a partida a seu favor.
Aos 88` Dinauro Matias teve o golo do empate nos pés após uma má reposição de bola em jogo por parte do guardião canarinho, mas no minuto seguinte foi Martins, que cabeceou ao poste, e também João Batista que fez a recarga para as nuvens, a falharem incrivelmente o golo da tranquilidade.
Entrava-se no tempo de compensação e tudo continuava em aberto, com o golo a poder surgir em qualquer das balizas. Os da casa vacilavam com as ofensivas forasteiras e ao segundo minuto de aditamento o empate acabaria mesmo por acontecer. Num livre apontado para a área Ricardo Costa (quem havia de ser, perguntamos nós) dominou o esférico, rodopiou, e com um remate carregado de classe fez o golo que a sua equipa já merecia.
Era a festa dos comandados de Natário, que poderiam ainda ter festejado a dobrar, se o árbitro André Nunes tivesse assinalado, como devia, um penalty claríssimo de Roque sobre Dinauro Matias, ao terceiro minuto de compensação.
No final, o empate aceita-se mas a arbitragem de André Nunes e seus pares deixou muito a desejar. A má decisão na expulsão de Hugo Caio, ainda no primeiro tempo, parece tê-lo afectado negativamente. Enfim, há tardes assim, a não repetir…
Fonte: Radio Cova da Beira
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