sábado, 2 de julho de 2011

AFG-Entrevista com o técnico David Rodrigues, campeão de Juvenis

David Rodrigues continua com a equipa no Nacional
Já é certo que David Rodrigues vai continuar à frente do comando técnico da equipa de Juvenis do NDS que compete na próxima época no campeonato Nacional. Paralelamente assume funções de responsável máximo pelo Futebol do clube.

Nova Guarda (NG) – Qual a sensação de se ser campeão?
David Rodrigues (DR) - É uma sensação fantástica. Torna-se difícil exprimir o que se sente no momento em que se é campeão. Felizmente, no meu caso particular, não é a primeira vez que sou campeão, esta foi a quarta, nas últimas quatro participações que fiz nos campeonatos distritais da A.F. Guarda, mas devo dizer que este triunfo e as sensações vivenciadas foram únicas e são inesquecíveis.

NG - Esperava atingir este feito?
DR - Sinceramente, sim. Apesar de saber que durante toda a história do clube o título de Campeão de Distrital de Juniores “B” só ainda tinha sido alcançado uma única vez e que na época transata o título escapou na última jornada em casa, esperava atingir este feito. Quando na época anterior fui convidado para permanecer no clube e me foi equacionado quais seriam as minhas ambições em relação ao futuro, não hesitei em dizer que só permaneceria na instituição se me fosse para trabalhar com a equipa de Juniores “B” (apesar de Juniores “C” competirem no Campeonato nacional). Foram vários os fatores que me levaram a tomar a decisão, mas os mais importantes foram os atletas com quem iria trabalhar e o outro, o de poder devolver ao NDS, o merecido lugar no Campeonato Nacional de Juniores “B”.
NG -Que balanço faz a este campeonato?
DR - A nível particular devo dizer que foi um campeonato quase perfeito em todos os aspetos. A nível geral, penso que foi um bom campeonato, bastante competitivo e equilibrado até certa altura, porque depois aquilo que para nós acabou por ser natural (manter a equipa num nível competitivo elevado e sem quebras), para as outras equipas acabou por se tornar impossível (tal como se pode ver pela diferença pontual entre os restantes competidores). Mas de qualquer maneira, não posso deixar de dar os parabéns aos restantes competidores da prova.
NG - Qual o jogo mais complicado? E o adversário?
DR - Houve alguns jogos, aqui ou ali, em que sentimos algumas dificuldades, mas não seria sério da minha parte dizer que houve jogos complicados e identificar adversários, pois a nossa equipa marcou 118 golos e sofreu apenas 15, em 24 jogos disputados e penso que estes dados refletem muito bem a superioridade demonstrada pela nossa equipa durante toda a prova, apesar de alguns iluminados do futebol quererem contrariar estes fatores, mas enfim, é o que há! De qualquer forma, devo mencionar que denotei uma motivação especial nos adversários quando defrontavam a nossa equipa, isso ficou evidente, mas acabou por nos dar mais força e valorizar ainda mais as nossas vitórias.
NG - Que acha deste plantel? Quem destaca?
DR - Este plantel foi sem dúvida uns dos melhores, se não o melhor com o qual pude trabalhar até hoje e devo dizer que este foi 12º plantel com que trabalhei. Para mim, quem acabou por se destacar foi o grupo de trabalho em si. Não quero individualizar, pois este título só foi alcançado com o trabalho de todos, sem exceção. A força do nosso grupo e um espírito de grupo sem comparações possíveis foram umas das nossas maiores armas.
NG - A quem dedica esta conquista?
DR - Tal como já pude referir em situações anteriores, dedico este título ao meu pai (infelizmente, já falecido), à minha mãe e aos meus atletas, pois foram eles os grandes artífices desta conquista. Não posso deixar de mencionar o meu staff técnico (Cobra e Diogo), delegados da equipa, e acompanhantes da equipa em todos os jogos. Quero também dedicar a vitória a todo o universo do NDS e àqueles que continuam a apoiar e acreditar em nós.
NG - Agora o nacional? Que futuro para si e para o clube?
DR - O Campeonato Nacional de Juniores “B” é a prova mais difícil e talvez mais competitiva dos campeonatos nacionais. Como toda a gente sabe, nos campeonatos Nacionais de Juniores “A” e “C”, há mais equipas a disputar estas provas e os enquadramentos das equipas são diferentes. No entanto tal como acontece com muitas equipas do nosso distrito, também nós ambicionamos poder lutar pela manutenção nesta prova. O meu futuro neste momento vai passar pelo NDS, pelo menos por mais uma época, no qual irei desempenhar funções de coordenador – responsável máximo pelo futebol e treinador da equipa de Juniores “B” no campeonato Nacional. O clube tem um grande futuro pela frente e vai continuar a ser um clube que todos os anos vai lutar por títulos, vai também alcançá-los, porque não basta dizer que se quer, é necessário ganhar. Este ano, vamos ter mais uma equipa que no ano transato, uma segunda equipa de Juniores “B” e para a época 2012-2013, manter as que temos e mais uma equipa de Juniores “A”. Tudo isto é possível desde que bem enquadrado à realidade das nossas potencialidades e possibilidades. Devo relembrar que o NDS é o único clube da cidade da Guarda que possui instalações próprias, sendo isso, uma das valências da nossa instituição entre muitas. Procuramos que o clube seja distinguido pela qualidade dos seus intervenientes, desde os jogadores, aos treinadores e até aos próprios dirigentes desportivos, não procuramos a quantidade excessiva, mas sim a qualidade. Ambicionamos também que o clube volte a ser o mais representativo do distrito nas competições Nacionais, o melhor clube desportivo da modalidade de futebol na região e seja/detenha ainda “algo” que nenhum clube na região possui, lamento não poder facultar a informação neste momento, mas assim que possível, será feito.
NG - Como vê o papel da formação no distrito?
DR - É uma pergunta muito boa, mas que teria uma resposta vastíssima. Vou tentar ser o mais objetivo e sucinto possível. Quanto a mim há muitos aspetos a serem alterados no nosso distrito para que a formação possa atingir uma qualidade e um patamar diferente daquele que tem agora. Sabemos perfeitamente que em alguns casos, os clubes têm formação apenas para receber subsídios das câmaras e depois estes são canalizados para outros fins, o que denota a forma como alguns dirigentes desportivos vêm a formação. Um dos maiores problemas é também a falta de Cultura desportiva na região e a mentalidade das pessoas, tanto por parte das pessoas envolvidas diretamente na vida associativa como aquelas que estão indiretamente. Há muitos aspetos passíveis de mudança, no entanto será quase impossível fazê-lo se a mentalidade não for alterada. Há muitas reformulações a fazer e isso não é apenas obrigação de uma ou duas pessoas ou de uma ou duas instituições. T odos devem estar envolvidos neste processo, deste modo, a formação e os nossos jovens atletas sairão vencedores e por consequente, ganharão também os clubes.

Por: António Pacheco-NG

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