Merecida igualdade
Nesta derradeira jornada assistiu-se a um jogo emocionante, bem disputado e com muita circulação, tendo ambas as formações proporcionado um bom espetáculo de futebol no Municipal de Albufeira. Enquanto as dinamarquesas procuravam superiorizar-se, sobretudo, no jogo aéreo, as portuguesas exploravam a velocidade nos corredores.


À passagem do primeiro quarto de hora surgiu o primeiro grande lance de perigo na área nórdica, partilhado por Ana Borges e Edite Fernandes, o qual incentivou a Equipa das Quinas que começou a arriscar um pouco mais. Dez minutos volvidos, a Seleção Nacional voltou a brilhar no encontro quando a capitã lusa apareceu desmarcada na pequena área, mas o golo teimava em aparecer. A fechar o segundo tempo, Portugal ainda festejou o golo, mas o cabeceamento de Carole para o fundo das redes foi considerado irregular, por suposto fora de jogo.

Tendo entrado melhor em campo no reatar da partida, a Dinamarca demorou oito minutos a colocar-se em vantagem e com o golo de Sanne Troelsgaard ganhou ânimo para pressionar mais alto. Aos 71 minutos, Caroline Rask subiu mais alto do que todas as outras jogadoras e cabeceou para o fundo das redes.

Sem nunca 'atirar a toalha ao chão', as comandadas de Francisco Neto continuaram a lutar por um resultado positivo. O primeiro golo luso surgiu na marcação de um grande penalidade por Dolores Silva, depois de Laura Luís ter sido derrubada na área dinamarquesa, e o empate foi assinado por Cláudia Neto, numa marcação perfeita de um livre à entrada da área.

Com este resultado, Portugal somou o primeiro ponto na Algarve Cup 2015 e aguarda o desfecho dos encontros da China e da Islândia para saber qual será o adversário do jogo de quarta-feira.

Francisco Neto em discurso direto:
"Estamos a crescer dentro do torneio e como equipa, essas são as principais ideias que retirámos deste jogo. Defrontámos um adversário extremamente difícil, que ainda tinha hipóteses de sonhar com a disputa do primeiro lugar do grupo, mesmo que dependendo do resultado da França, e podiam ter lá chegado. Para nós, sabíamos que seria muito difícil, que elas precisavam de fazer muitos golos e que iriam jogar mais na frente para sonharem com algo melhor.

A equipa entrou muito concentrada, a nível defensivo, e foi rápida nas transições, à semelhança do que tem vindo a acontecer. As melhores oportunidades no primeiro tempo até acabaram por ser nossas e no segundo tempo, fruto de alguns erros nossos, acabámos por sofrer dois golos. Quando muita gente pensava que isto estava sentenciado, quando já não acreditavam, esta equipa mostrou aquilo que é, a garra de que é feita e não desistiu. É este o registo que pretendemos para a equipa, é este o reflexo da FPF e do futebol feminino em Portugal. A jogadora portuguesa é assim, determinada e persistente, porque se elas não quisessem, se não tivessem paixão, não fariam os sacrifícios que normalmente fazem para jogar futebol. Por isso, o empate de hoje, que sabe a vitória, é também de todas as meninas que se sacrificam, para que acreditem até ao final que é possível dar a volta e fazer mais.

A partir do momento que as jogadoras acreditam e com a qualidade que têm, as coisas tornam-se muito mais fáceis. Sabemos que estamos muito cansados, esta densidade competitiva para uma jogadora portuguesa está a ser muito elevada, comparativamente com as jogadoras que estão habituadas a outro tipo de densidade, mas a paixão, a vontade e o querer têm sido fundamentais para a nossa equipa.

Só posso estar satisfeito com a minha equipa. Primeiro, pela organização defensiva que estamos a demonstrar e que está a permitir-nos fechar espaços para que as outras equipas não saiam a jogar, depois, porque temos sido capazes de ter, cada vez mais, posse de bola e de criar mais situações de golo. Nestes três jogos notámos uma evolução nesse sentido, à semelhança do que havíamos visto nos jogos contra a Suíça, o que para nós é fantástico, porque estas jogadoras mostram que têm potencial para crescer."

Jogadoras distinguidas
Antes do apito inicial do jogo, Dolores Silva e Cláudia Neto foram distinguidas pelo número de internacionalizações já alcançadas ao serviço da Seleção Nacional feminina.

Das mãos da diretora para o futebol feminino Mónica Jorge, Dolores Silva recebeu a placa comemorativa das 50 internacionalizações, cumpridas no segundo encontro da Algarve Cup, diante do Japão, enquanto Cláudia Neto recebeu a placa relativa às 75, alcançadas no jogo de estreia nesta mesma competição diante da França.


Dolores Silva recebeu a placa das 50 internacionalizações


Cláudia Neto recebeu a placa relativa aos 75 jogos

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Ficha de jogo
XXII Algarve Cup
3.ª jornada, Grupo C
Estádio Municipal de Albufeira

Árbitra: Hyang Ok Ri (PRK).
Árbitras assistentes: Kum Nyo Homg (PRK) e Kyoung Min Kim (KOR).
Quarta-árbitra: Liang Qin (CHN).

Portugal 2-2 Dinamarca (0-0 ao intervalo)

Portugal: Patrícia Morais, Mónica Mendes, Carole, Sílvia Rebelo, Regina Pereira, Dolores Silva, Cláudia Neto, Vanessa Marques, Ana Borges, Edite - cap. (Laura Luís, 59') e Carolina Mendes (Andreia Silva, 59').
Suplentes não utilizadas: Neide Simões, Inês Silva, Matilde Fidalgo, Tatiana Pinto, Diana Silva, Fátima Pinto, Filipa Rodrigues, Patrícia Gouveia, Mafalda Marujo e Matilde Figueiras.
Treinador: Francisco Neto.
Golos: Dolores Silva (76', gp) e Cláudia Neto (87').
Disciplina: Cartão amarelo a Ana Borges (28').

Dinamarca: Katrine Abel, Cecilie F. Sandjev, Janni Arnth Jensen - cap., Sofie Jung Pedersen, Nina Frausing Pedersen (Mie Leth Jans, 46'), Sanne Troelsgaard (Camilla Kur Larsen, 74'), Theresa Nielsen, Pernille M. Harder (Caroline Rask, 57'), Julie Tavlo Petersson (Frederikke Thogersen, 46'), Johanna B. Rasmussen (Tenna Kappel Bendtsen, 74') e Lotte Troelsgaard (Line S. Jensen, 68').
Suplentes não utilizadas: Stina Lykke Petersen, Cecilie Breil Kramer, Luna Norgaard Gewitz e Sif Rykaer .
Treinador: Nils Nielsen.
Golos: Sanne Troelsgaard (53') e Caroline Rask (71').
Disciplina: Cartão amarelo a Mie Leth Jans (50').

Foto FPF/Diogo Pinto
fonte:FPF